quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Grupo Ô de Casa

Uma pequena mostra do trabalho que o Grupo Ô de Casa desenvolve, em especial o Sarau Caipira:



Música: "Prelúdio nº 5" de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), com Edson Tobinaga ao violão.

Sarau Caipira

Cantores: Marcos Silva e Tania Clemente
Declamadores: Eli Clemente, Rosana Damas, Taís Liger e Zoraide Liger
Violão e Direção Musical: Edson Tobinaga
Direção Geral: Eli Clemente

As imagens foram captadas pela fotógrafa e compositora Daiana Martins, durante a apresentação do grupo no projeto "Domingo na Yayá" do CPC-USP Casa de Dona Yayá, em 27 de novembro de 2011.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Repertório

José Ferraz de ALMEIDA JÚNIOR (1850-99): "O Violeiro" (1899)
Pinacoteca do Estado de São Paulo
SARAU CAIPIRA - Grupo Ô de Casa
  • Azulão - Jayme Ovalle e Manuel Bandeira
  • Nhapopé - Domínio Público, recolhida por Villa-Lobos

Marcos Silva canta "Nhapopé", canção recolhida por Villa-Lobos
  • Patativa - Vicente Celestino
  • A Madrasta - Domínio Público
  • O Lubisômi" - Nhô Bento

Eli Clemente declama "O Lubisômi" (Nhô Bento)
  • Final de Ato - Marilita Pozzoli
Rosana Damas declama "Final de Ato" (Marilita Pozzoli)
  • Moreninha, se eu te pedisse - Anônimo do século XIX
Tania Clemente canta "Moreninha, se eu te pedisse"
  • Pingo d'Água - Raul Torres e João Pacífico
  • Flor do Cafezal - Luiz Carlos Paraná
  • A Flor do Maracujá - Catulo da Paixão Cearense
Taís Liger declama "A Flor do Maracujá" (Catulo da Paixão Cearense)
  • Ideal do Caboclo - Cornélio Pires
  • Porteira Abandonada - V. de Carvalho e W. Lobo
  • Viola Quebrada - Mario de Andrade e Ary Kerner
  • Guacira - Hekel Tavares e Juracy Camargo
  • Sertaneja  - René Bittencourt
Marcos Silva e Tania Clemente cantam "Sertaneja" (René Bittencourt)
  • Capim Teimoso - Laureano
  • As Três Lágrimas  - Campos Negreiros

Zoraide Liger declama "As Três Lágrimas" (Campos Negreiros)

  • Mãe Preta - Patativa do Assaré
  • Prelúdio nº 5 - Heitor Villa-Lobos
  • Tristeza do Jeca - Angelino de Oliveira
  • Minhas Luas - Joel Carvalho e Marcos Silva
  • Olha pro Céu - Luiz Gonzaga e José Fernandes
Cantam: Marcos Silva e Tania Clemente
Declamam: Eli Clemente, Taís Liger, Rosana Damas e Zoraide Liger
Violão e Direção Musical: Edson Tobinaga
Coordenação Geral: Eli Clemente

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sarau Caipira - Grupo Ô de Casa


Falar de ser caipira é abordar um universo de saberes, e não o domínio de ignorância ou atraso, como é muito habitual na linguagem do senso comum.

Trata-se de refletir sobre modalidades de cultura popular (na qual se situa o caipira) como dimensões de sabedoria socialmente compartilhadas por diferentes grupos da sociedade.  Nesse sentido, a cultura popular se reveste de potencial democrático pois homens e mulheres de diversas classes e faixas de idade dividem entre si aqueles conhecimentos em seu cotidiano, aprendidos no dia a dia, transmitidos e transformados entre pessoas que, nessa esfera, são iguais: culinária, cantos, poemas, gestos, narrações...   E ser caipira hoje é também estar num mundo globalizado, informatizado, dotado de um ritmo muito acelerado de informações em circulação.

Este SARAU agrupa canções e poemas de origem e circulação populares.

Discutiremos a pertinência e a continuidade (ampliada, transformada e transformadora) dessa cultura popular no mundo atual: somos caipiras, portadores de uma cultura, assim como muitos de nossos contemporâneos são judeus, palestinos, ciganos ou indígenas e outras identidades mais, portadores de tantas culturas. Ser caipira é cultivar saberes, em diálogo com outros saberes porque as culturas quase nunca se mantêm num estado de pureza absoluta.

A cultura caipira abrange, portanto, a produção material da vida (o trabalho, os cuidados com o corpo - alimentação, higiene, proteção e o rnato -, a moradia) e as diferentes formas simbólicas de que se revestem todas essas atividades, incluindo a produção e a fruição do belo – artes. Nesse sentido, há dimensões de uma identidade caipira (sertaneja, matuta, caiçara, beradeira e similares) de cunho afirmativo, que se manifesta em poemas, canções e prosas: esses homens e mulheres gostam de ser o que são, apesar de eventuais dificuldades e sofrimentos por eles enfrentados.

Esses homens e mulheres somos nós todos.


Marcos Silva - Professor titular de História da Universidade de São Paulo, Membro do Grupo Ô de Casa de Cultura Popular e do Cineclube Baixa Augusta.